Síndrome do intestino irritável

A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é considerada, um distúrbio gastrointestinal funcional, caracterizado por dor, mudança no hábito intestinal, distensão abdominal e constipação e/ou diarreia. Este distúrbio é classificado de acordo com o padrão de perturbações do trânsito intestinal e seu tratamento depende da apresentação clínica.

Apesar de ser tradicionalmente relacionada ao sexo feminino, estudos recentes apontaram para aumento da incidência desta síndrome entre os homens. No Brasil, a SII afeta, aproximadamente, 10% a 15% da população, com redução dessa proporção após 60 anos. A apresentação clínica mais prevalente é a constipação.

Clinicamente, esse sintoma é caracterizado nos pacientes por dor recorrente ou desconforto abdominal, pelo menos três dias por mês, nos últimos três meses, associada a duas ou mais das seguintes características: melhora com a defecação, mudança na frequência de evacuações e mudança na consistência das fezes.

O seu desenvolvimento ainda não está totalmente esclarecido, mas há uma extensa variedade de mecanismos envolvidos. Especialistas relacionam o seu aparecimento com fatores psicológicos, que incluem transtornos de humor e estresse.

A terapia farmacológica é bastante diversificada, porém a primeira opção para o tratamento da síndrome são as medidas não farmacológicas, ou seja, optar por modificações na alimentação.

As mudanças no estilo de vida, que incluem exercício físico e modificações dietéticas, são sempre prescritas aos pacientes, além da própria terapia cognitiva comportamental.

Alguns alimentos parecem ser mais agressivos e pioram os sintomas da síndrome e por isto devem ser retirados da alimentação para observação. São eles:

• leite e os derivados que contiverem lactose (queijo minas, requeijão);

• alimentos com cafeína: chá preto, chá mate, chá verde, café, chocolate, coca;

• condimentos e especiarias: canela, pimenta, alho, cebola;

• frutas cítricas: laranja, limão, abacaxi, maracujá;

• alimentos muito gordurosos: frituras, amendoim, queijos amarelos;

• refrigerantes, bebidas alcoólicas;

• alimentos com glúten: pão, macarrão, bolo, biscoito;

• alimentos ricos em sacarose: açúcar, doces;

• algumas carnes, como a de porco.

Lembrando sempre da individualidade biológica de cada um, portanto o acompanhamento nutricional e médico tornam-se muito importantes no controle da síndrome do intestino irritável, visando à adequação nutricional e medicamentosa.

Renata Dessordi

Renata Dessordi é nutricionista formada pela Universidade de Ribeirão Preto, especialista em Nutrição Clínica e Esportiva. Mestra em Alimentos e Nutrição pela Unesp. Doutoranda em Alimentos e Nutrição pela USP/Unesp. Auriculoterapeuta Francesa.

Deixe uma resposta