O filho e a mãe
A voz daquela mãe é delicada, como todas as vozes maternas são. Mãe tem um jeito especial para falar dos filhos. Vêm a ela palavras poéticas e a combinação destas torna-se música a encantar quem a ouve. Mãe é assim: acha graça de cada passinho do pequeno que começa a andar, consegue entender balbucios indecifráveis aos outros, encanta-se com o cabelo, o olhar, a meiguice da cria.
Um vídeo locado no youtube registra essa essência. Nele, acompanhamos a caminhada do filho, apelidado de Tim Tim, durante o trajeto diário de duas quadras até a casa da avó. A câmera não tem pressa, assim como o andar da mãe. O ritmo é empregado por ele, com paradas para cumprimentar pessoas que já se tornaram amigas, como o morador de rua e o guardador de carros. Tem também as pedrinhas soltas na calçada que se mostram tão eficientes na brincadeira de encaixe como qualquer jogo caro em prateleira de lojas.
O pequeno Valentim do vídeo no youtube nem imagina o tamanho do amor que o cerca, mas a mãe já sabe que não há sentimento maior que aquele.
O vídeo é encantador porque simplesmente mostra o amor maior que existe, o amor pleno, o amor sem cobranças, o amor de mãe. Mal sabe aquele pequeno a revolução interna que trouxe àquela mulher. Filho vem com a missão de explodir o que então havia de egoísmo dentro de nós para uma renovação cheia de ternura.
Já nos meses de gravidez, a sensação inicial de um peixinho explorando o aquário faz do ventre algo grandioso, um mar cheio de ondas calmas. Aos poucos, é possível sentir suaves chutes, que se tornam mais fortes como o próprio coração da mãe que ganha o batimento de uma toada. Ele nasce chorando, o choro da benção maior, e quando se atrapalha na primeira mamada, faz caretinhas que vão ganhar um lugar especial na memória da mãe, um lugar intocável.
Sentir o seu peso nos braços, acariciar sua pele, chorar junto no primeiro banho, passar noites acordada, é mesmo um aprendizado para aquela nova mulher. Junto vem a certeza da dupla ser sagrada. Eles crescem juntos, ele por fora, ela por dentro. A dor da cólica, do rasgo na gengiva para os dentes, o resfriadinho, tudo para ser resolvido a dois. Vem, então, a alegria na independência de engatinhar, depois de andar, de correr. Corre, filho, corre, diz a mãe. Corre feliz neste mundo.
O pequeno Valentim do vídeo no youtube nem imagina o tamanho do amor que o cerca, mas a mãe já sabe que não há sentimento maior que aquele. A caminhada de Tim Tim é a caminhada de todas as mães que encontram o agradecimento em cada sorriso do filho, na carícia feita pela pequena mão, nos pulos cheios de alegria, nas reações das descobertas.
E nem nos damos conta que crescem tão rápido. E que a vida os levará para onde ditar o destino.
Que coisa mais linda!
Texto e vídeo cheios de amor. <3
Parabéns!!!
Parabéns pela escolha da colunista! Ótimo texto!!!!
Olá Talissa, tudo bem?
Realmente a Renata Canales foi nossa professora e continua a nos ensinar sempre. E que continue com a gente por muito e muito tempo, porque saber que ela acreditou em nosso projeto e quis fazer parte de nossa equipe já é uma honra.
Lindo e impecável. Parabéns!