A inversão da sala de aula

Expor menos e melhorar a capacidade de interação entre alunos e professor. Dois pontos que têm sido discutidos como novos caminhos para a sala de aula.

Esse ambiente que tradicionalmente propunha um aprendizado centrado no professor, no qual o aluno primeiramente escutava toda a exposição do conteúdo, copiava os dizeres da lousa e, às vezes, participava com questionamentos tem passado por transformações importantes para o modelo educacional que conhecemos e caminha para o que se chama de sala de aula invertida.

A inversão está em estudar em casa e fazer os exercícios em sala. O oposto do modelo que vínhamos utilizando. O aluno tem contato com o conteúdo antes da aula, estuda com antecedência e utiliza o encontro com o professor e demais colegas para a resolução dos exercícios e para o debate sobre o que foi estudado.

O objetivo é aumentar a participação do aluno de forma ativa na resolução das atividades e não deixá-lo em modo passivo para o aprendizado. O que se pretende é despertar o raciocínio do estudante e transformar o professor em mais do que apenas expositor.

A tecnologia tem ajudado neste processo. Por exemplo, com o acesso aos materiais que podem ser disponibilizados em plataformas online e videoaulas que complementam o estudo. Algumas outras formas de participação, como o fórum de discussão, também podem complementar a composição da nova proposta de aula.

O que se nota é que a aula já não fica mais na delimitação das fronteiras físicas da escola. Ela acontece antes do encontro presencial, durante e, às vezes, depois, alongando a interação entre professor e demais colegas em prol do raciocínio.

Fazer uma leitura prévia de um material e trazer para a aula as contribuições e dúvidas de exercícios já é uma ação por parte dos alunos que sinaliza a inversão do modelo. É de se considerar, ainda, que os alunos têm tido muito contato com conteúdos online e o modo expositivo de aula fica obsoleto uma vez que o aluno já pode acessar imediatamente na Internet o que o professor levaria muito tempo para escrever na lousa, por exemplo. Encurtar este caminho e aproveitar melhor o tempo de aula para ampliação do aprendizado, quase sempre coletivamente e de forma ativa são as propostas do modelo invertido da sala de aula.

Caroline Petian

É jornalista e doutora em Comunicação e Cibercultura.

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