Marchese Di Ivrea: o vinho de Ituverava
Uma ilha vinífera no mar de cana na região de Ribeirão Preto
Seguindo os pouco mais de 100km de distância entre Ribeirão Preto e Ituverava a paisagem é praticamente constante, com plantação de cana-de-açúcar dos dois lados da Rodovia Anhanguera. Até que se passe pela entrada da fazenda é difícil acreditar que possa ter uma plantação de uvas viníferas nessa região. Inclusive muitos agrônomos acham praticamente impossível de existir, mas existe.
A ideia surgiu há alguns anos quando o advogado Luís Roberto Lorenzato Di Ivrea plantou a primeira muda. Foram algumas tentativas até que vingasse e pudesse se tornar um negócio viável. Com vinho tem que se ter paciência e perseverança para obter um vinho de boa qualidade.
Dos vinhos que já estão em produção, o mais famoso é mesmo o Arduino (nome em homenagem ao último rei da família italiana de Roberto), feito com uvas 100% Sangiovese trazidas da Itália. Seguindo temos o Moscato Giallo Seco, Moscato Giallo Suave, Saint Hilaire Rose e São Bento, que lembra muito o vinho do porto. Os preços variam de 30 a 80 reais, de acordo com o tipo de vinho.
Visitação
Para visitar o local é preciso agendar e fazer o pagamento antecipado (R$120 por pessoa). O processo é bem simples, feito por e-mail ou Whatsapp e depósito bancário. Chegamos no horário determinado de 9h30 no sábado, 3 de junho, e fomos recepcionados por Willam Davanzo, gerente de produção, e por Maju, uma das filhas do proprietário.
Depois das boas vindas, o passeio começa pela plantação, onde é explicado o processo de plantio, poda, irrigação, colheita etc. Uma pena que as uvas ainda não estavam maduras para provas direto do pé. Ainda deve demorar mais um ou dois meses para isso.
Caminhada feita, hora de ver o processo de produção que é feito com maquinário moderno e enche 50 mil garrafas por ano. Na verdade é mais uma explicação teórica, pois não tínhamos uvas para processar. Então chegou o momento esperado por todos: a degustação.
A degustação começa com dois tipos de grappa, uma natural e outra envelhecida em carvalho. A grappa é um destilado produzido com a casca da uva e atinge um grau alcoólico acima de 40, por isso nem todos gostam, mas vale a experiência e faz uma limpeza “nos tubos”, como dizem, e abre o apetite para o almoço.
O almoço é a última parte que está incluso no passeio. Numa sala climatizada com grandes mesas redondas, o que torna o espaço um pouco apertado, inclusive para as garçonetes servirem os vinhos. Nas mesas já estavam dispostos alguns frios para harmonizar com os vinhos. O primeiro foi o São Bento para harmonizar com o queijo gorgonzola. Quem comanda aqui é o Roberto que fala com a ajuda de seu megafone, já que assim que o grau alcoólico aumenta, também aumenta o volume das conversas.
Os vinhos são agradáveis e de paladar fácil, suaves, mesmo os secos. Talvez para quem goste de vinhos mais fortes e encorpados não irá gostar tanto. Água com e sem gás sempre disponível na mesa. Na sequência vinham os outros vinhos, apesar de que um deles foi servido o seco e o suave ao mesmo tempo, não dando opção de degustar um, depois o outro.
Degustados os vinhos, é possível comprar uma garrafa e continuar bebendo durante o almoço, no qual é servido a Bistecca alla Fiorentina. No estilo buffet, os visitantes se servem à vontade de salada, batata, arroz e a bisteca em dois pontos: bem passada e mal passada. Ela já vem cortada em pedaços pequenos o que torna possível ver exatamente o ponto que você gosta mais.
Ao final, o doce acompanha o vinho de sobremesa, que é o último vinho da degustação. Com isso, pode-se ficar mais tempo bebendo a garrafa comprada, conversando, curtindo o visual da fazenda e o casarão que são imperdíveis ou apenas tomar o café com grappa e pegar estrada. Claro que como carona, não vá beber e dirigir!
Fanpage da vinícola: https://www.facebook.com/www.realivrea.org/
Agendamento para visitação por e-mail vinicola.ivrea@uol.com.br ou whatsapp: 016 98243 0008