Como assim falar sobre sexo?

Quem nunca foi pego de surpresa com alguma pergunta relacionada a sexo e “travou” na hora de responder?! Quando o questionamento sobre sexo vem de uma criança, ou até de um adolescente para que as coisas ficam “mais complicadas” e muitas vezes “fugir do assunto” ou até mesmo mentir parecem ser as melhores opções que temos.

Muitas vezes a dificuldade em falar sobre sexo estão relacionadas aos nossos próprios medos e tabus, e não necessariamente sobre a pergunta feita em si. Quanto mais clara for a própria sexualidade, a forma com que lidam com o corpo e o próprio sexo serão decisivas para uma conversa clara e de acordo com a pergunta feita e o que se deve ou não falar sobre.

Falar sobre sexo com uma criança de 6 anos, é diferente de falar com uma de 13, como uma de 20 e também muda ao falar com alguém de 30, 50 ou 70. Temos que considerar os conhecimentos de cada um, o que eles compreendem ou não, e se vamos dar conta de explicar quaisquer outra dúvida que aparecer diante a resposta dada.

É importante sabe que sexo envolve a classificação de macho e de fêmea, o ser homem e ser mulher, ao fazer a referência sexual, entramos na diferença de ambos, basicamente o pênis no homem, e a vagina na mulher; e só após a explicação biológica, é que temos a atividade sexual (o sexo em si) e o ato sexual, especificamente o humano, não voltado apenas para reprodução, mas também para o prazer.

Muitas vezes a criança, independentemente da idade, quer saber apenas como ela nasceu, de onde ela veio, porque você é o pai/mãe dela… Isto é natural e pode ser uma das primeiras dúvidas a aparecer quando ela começa a perceber quem ele é, o que ela faz e o que gosta. A resposta da cegonha, do pé de repolho ou qualquer outra que já foram contadas pra nós ao para alguém próximo não fará muito sentido, principalmente se ela já for um pouco mais velha.

cegonha bebê

Não há resposta certa ou errada. Leve  em consideração a forma com que a criança é criada, a abertura para eventuais dúvidas sobre o mesmo assunto, a capacidade de raciocínio e compreensão sobre as coisas e o que fará sentido a ela. Não é porque há uma pergunta sobre sexo que significa que a criança pretende começar a fazer sexo. Não há hora certa para falar sobre sexo, isso quem decide é a criança/adolescente quando vier questionar sobre, seja em casa, com parentes ou na própria escola.

Sabendo como responder perguntas, permanecer aberto para outras dúvidas, ser coeso e coerente com a idade de compreensão, você não estará estimulando o sexo, e sim explicando como lidar com a sexualidade.

Explicar sobre as mudanças que virão no corpo com a puberdade, explicar o porquê é perigoso ser tocado intimamente por outra pessoa, bem como mostrar que tudo tem seu momentos contribuem para o autoconhecimento do corpo e evita tipos de abusos.

Só o fato de estar aberto para qualquer tipo de dialogo já é importante. É necessário acolhimento nas perguntas. Seja simples, use palavras acessíveis e compreensíveis, questione o porquê quer saber, onde ouviu e o que exatamente esta questionando. Não é preciso ter vergonha ou medo, assim como quem está perguntando, você também teve essas dúvidas alguns dias, isto faz parte do crescimento.

Quanto mais orientar, ser claro diante os questionamentos, explicar levando em consideração a profundidade da dúvida e o que há de compreensão naquilo que lhe é explicado, mais desenvolvera-se a capacidade de discernimento para a tomada de decisões, construção de hábitos saudáveis e atitudes positivas.

Yasmin Paciulo Capato

Yasmin Paciulo Capato é Psicóloga (CRP: 06 / 136448) clínica e atende as especialidade de Psicoterapia, Orientação Vocacional e Psicodiagnóstico na Clínica Vitalli.

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