O amor está no ar

Ah, o dia dos namorados… Quantos corações, declarações e comemorações. Os mais românticos tiveram um dia especial, mandaram surpresas, demostraram o amor da melhor forma que puderam, alguns saíram para comemorar ou trocaram presente, e outros casais apenas deram um beijo ou não ligaram para a data.

Porque o dia 12 de junho?

Em 1949 João Dória, publicitário, trouxe a ideia do exterior de ter um dia para homenagear os casais apaixonadas, alguns dizem que a data foi escolhida por ser véspera do dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro, outros dizem que o motivo foi puramente comercial, buscando movimento financeiro no mês de junho. Mas realmente isto não importa, grande parte dos casais buscam demonstrar seus sentimentos nesta data.

O dia dos namorados é a oportunidade dos casais relembrarem o porquê se apaixonaram, o motivo de estarem juntos. Manterem acessas as emoções, fantasias e expectativas durante o período em que estão juntos, alimentando o amor.

Quantas formas de amor existentes, demonstrações e comportamentos diferentes de cada casal, de cada pessoa envolvida em um relacionamento… Quantos meios de amor, de amar e se relacionar.

O amor platônico, aquele amor ideal, perfeito e eterno. O tipo de amor avassalador, o mais doído talvez, apenas um ama, mas ama de forma tão intensa que projeta todos sonhos, ambições, esperanças e emoções nos outros. Chega a ser um amor de veneração pela outra pessoa…

A paixão, louca e intensa, muitas vezes o início de um amor verdadeiro. Sentimento intenso e profundo no qual duas pessoas se entregam uma a outra com interesse e atração. Necessidade de convivência, toque e carinho constantes, a euforia e a histeria.

O amor… Sentimento evoluído, mais forte, porém menos intenso. O amor permite ver um pouco melhor a realidade, enxergar os defeitos, superar dificuldades, é maleável, vai além do romantismo e do erotismo, necessita de cuidado diário, de empenho, cuidado. Dá trabalho, necessita de cumplicidade, é recompensante, mas não necessariamente eterno.

Talvez possamos dizer que o amor é a emoção mais intensa e desconhecida que experiências. Amor materno, paterno, fraterno, próprio, “verdadeiro”… Muitos tipos e todos necessários. O sentimento que dá medo, mas conforta.

Não existem padrões ou certo ou errado. Cada pessoa, casal, ama a sua maneira, da forma que faz sentido e bem, mas para ter-se um “amor completo” são necessárias três formas de amor básicas.

Temos que nos respeitar, valorizar, conhecer, descobrir, nos curtir primeiro antes de qualquer coisa. Uma vida própria, objetivos, amigos, hobbies, a própria responsabilidade de nossa felicidade. Isso chama-se amor próprio.

Amar as coisas, mundo, belezas, trabalhos, amigos, família, qualquer coisa que faça sentido e te faça feliz. A necessidade de sentir-se vivo e viver, de alcançar os objetivos e se lançar. Este é o amor pela vida.

Quando se consegue, amor próprio e pela vida, você torna-se diferente, independente e seguro. Consegue amar outra pessoa, a admirando, respeitando, mas não dependendo dela pra sua existência ou segurança. O amor torna-se independente e saudável. Você realmente ama o outro por vocês dois, e não apenas por si, ou por ele, tornam-se parceiros de vida.

Muitas vezes, quando amamos nós mesmos e a vida, não nos permitindo amar outras pessoas (isso não significa que você precisa estar em um relacionamento amoroso, amizades já são relacionamentos e amor ao outro), nos sentimos sozinhos, muitas vezes abandonados e infelizes.

Amando a si mesmo e o outro, a vida pode perder sentido, pois a beleza da vivência, dos acontecimentos, o real sentido da vida não existe realmente, e tudo vira rotina, e isto é entediante.

Sabe aquela pessoa que só vive em função da outra? Pois é, se não tivermos amor próprio, ficaremos submissos a felicidade do outro, a vida do outro, a necessidade do outro, esquecendo de nós mesmos, dependendo do outro pra ser feliz.

Claro que isto não significa que tudo será ótimo e fácil todo o tempo, (in)felizmente não temos uma receita de bolo que nos mostre como é ser “feliz pra sempre”, afinal são nas adversidades que mudamos e crescemos.

Não se esqueça da frase de Herbert Viana “…cuide bem do seu amor, seja quem for…”, mas adicione algo a mais nela, “e cuide de você também, afinal três amores são necessário, o seu, o da vida e o de seu companheiro (a)”

Yasmin Paciulo Capato

Yasmin Paciulo Capato é Psicóloga (CRP: 06 / 136448) clínica e atende as especialidade de Psicoterapia, Orientação Vocacional e Psicodiagnóstico na Clínica Vitalli.

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