A febre do momento

Por esses dias, um amigo postou no stories do Instagram um vídeo autoral que me chamou à atenção.

Em sua fala, observava: quando a comida japonesa se popularizou, tudo era comida japonesa. Qualquer esquina virou restaurante de comida japonesa. (Até que uns vingaram!)

Depois veio a onda do açaí. Açaí com banana, açaí com granola, açaí com leite condensado, açaí com morango, açaí com bolacha Negresco (humm!). Lembro-me de quando eu comprava 1 kg de açaí e deixava no congelador pra comer a semana inteira como sobremesa, lotado de leite Ninho – porque precisava ser o Ninho. Até começar a sentir o peso das calorias.

A moda agora, como o jornalista e blogueiro disse, é Crossfit. Tudo é CrossFit. Metade da população do universo é crossfiteira. Na avenida pela qual ele passava no momento do vídeo, na vizinha Ribeirão Preto, antes repleta de motel, agora tem academia de CrossFit. Ele até se perguntou na ocasião: será que o povo cansou de “coisar”?

Matheus, meu amigo, obrigada por essa dica pra “realidade crônica” da semana. Peço licença pra responder ao seu questionamento: o povo cansou de “coisar”, sim! Penso que de rezar também. Por aqui, qualquer portinha que antes virava igreja evangélica, agora é academia de CrossFit! A onda do momento é um corpo perfeito, definido, com bom condicionamento físico adquirido por meio de movimentos funcionais, de alta intensidade e constantemente variados. Exibir as coxas grossas, peito e abdômen definidos, em poses variadas e em diferentes ambientes nas redes sociais, com as hashtags do mundo fitness atraem likes. Diferente de outros mortais, que ainda bebem cerveja ou refrigerante, comem lanches, pizzas, chocolates e, nas redes sociais, aparecem felizes com aquela hashtag “sextou”.

Claro que é melhor ter um bumbum firme de um crossfiteiro do que um bumbum de cimento de algum Dr. Bumbum por aí, não é mesmo? Mas é preciso atenção. Não dá pra ser crossfiteiro do dia pra noite só porque é moda.

Fatos da vida gourmet

Lucimara Souza

Formada em Letras, Pedagogia e especialista em Comunicação: linguagens midiáticas, atualmente professora. Aprecia a escrita permeada pela criatividade, humor e certa dose de sarcasmo.

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