Fraudadores desviam mais de R$ 125 milhões de empresa em encontro virtual falso gerado por IA

Um colaborador do setor financeiro de uma multinacional em Hong Kong transferiu mais de US$ 25 milhões para golpistas após ser enganado por uma deepfake de seu superior durante uma videoconferência fictícia. A fraude, ocorrida em janeiro, foi revelada pelas autoridades locais no domingo (4).

De acordo com a polícia de Hong Kong, o funcionário foi convidado a participar da reunião online na qual estariam presentes o diretor financeiro (CFO) da empresa e outros colegas de trabalho. No entanto, ele era o único participante real na conversa — os demais foram gerados por inteligência artificial.

Durante a conversa, o suposto CFO solicitou ao colaborador que realizasse 15 transferências para cinco contas bancárias, totalizando mais de R$ 125 milhões pela taxa de câmbio do dia. Inicialmente desconfiado, o funcionário acabou se convencendo de que estava de fato interagindo com seu chefe após outros “participantes” entrarem na reunião virtual.

Somente depois de entrar em contato com a sede da empresa é que o funcionário descobriu ter sido vítima de golpistas. Nomes e detalhes sobre a empresa e a pessoa afetada pelo primeiro caso de deepfake em videoconferência em Hong Kong não foram divulgados.

Como o vídeo falso foi criado?

Segundo investigações, os fraudadores teriam obtido acesso a vídeos reais de videoconferências anteriores da empresa e, em seguida, utilizaram ferramentas de IA para inserir vozes falsas nas pessoas que apareciam nas imagens, com o objetivo de enganar a vítima.

As autoridades alertaram que esse tipo de golpe tem se tornado comum em Hong Kong, onde seis indivíduos acusados de utilizar essa tecnologia em atividades criminosas foram presos nas últimas semanas. Além disso, foram identificadas pelo menos 20 tentativas de uso de deepfakes para burlar sistemas de reconhecimento facial na região.

Verificar informações através dos canais oficiais de comunicação da empresa é uma medida recomendada para evitar cair no golpe da videoconferência com deepfake, conforme destacou a polícia local. Além disso, também é importante fazer perguntas para confirmar a autenticidade dos participantes em reuniões online suspeitas.

Recentemente, a cantora Taylor Swift foi alvo de cibercriminosos que utilizaram a mesma tecnologia para criar imagens pornográficas geradas por IA com sua aparência. Após o incidente, senadores americanos propuseram um projeto de lei para facilitar que as vítimas de campanhas desse tipo processem os responsáveis.

Da Redação

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