Ilha La Palma, La Isla Bonita
Hoje nosso passeio é por outra ilha (confira a Ilha da Madeira) com paisagens espetaculares, vulcões imponentes, verdes intensos da vegetação, o eterno azul do Oceano Atlântico e do céu límpido. Esse pedacinho de mundo localizado no coração do majestoso Atlântico é conhecido como “La Isla Bonita” em espanhol.
Seu nome histórico é San Miguel de La Palma, mais conhecida como La Palma. Uma ilha de origem vulcânica localizada no Oceano Atlântico e que pertence ao arquipélago das Canárias (Espanha). Com uma idade geológica estimada em dois milhões de anos, é uma das mais jovens do arquipélago. Surgiu de um vulcão submarino situado a 4.000 metros abaixo do nível do mar.
Desde 2002, toda a ilha passou a ser Reserva da Biosfera protegida pela Unesco. No centro está localizado o Parque Nacional da Caldera de Taburiente, onde se encontra a maior cratera vulcânica do mundo. Do centro até ao sul da ilha encontra-se uma série de vulcões, entre os mais destacados estão: Vulcão de San Antonio, Vulcão de San Juan e Teneguia. Esse último surgiu de uma erupção no ano de 1971 no município de Fuencaliente, e segue na mira dos cientistas por ainda estar em brasas. Em toda a parte sul da ilha é possível avistar vulcões ativos.
A atividade vulcânica é um risco constante. Mesmo que esteja concentrado na zona sul da ilha, existem teorias de que uma possível erupção poderia acontecer instantaneamente na zona ocidental da ilha e caindo ao mar.
A capital da “Isla Bonita” é Santa Cruz de La Palma, com uma população total de 81.486 habitantes e ocupa uma extensão de superfície de 708,32 km² é a segunda ilha das Canárias em altitude, com 2.426 metros. No total o edifício vulcânico da ilha possui uma altitude de 6.500 m desde a plataforma do Atlântico.
Os primeiros habitantes de La Palma eram os primitivos conhecidos como “Benahoaritas ou Auaritas” que viviam fundamentalmente do pastoreio de cabras, ovelhas, porcos, colhiam frutos e raízes cuja qual elaborava uma espécie de farinha e também produziam vasilhas, tigelas, jarras de cerâmicas. Acredita-se que as origens desse povo primitivo provem de algumas tribos bereberés ao noroeste do Continente Africano. Também é desconhecida a forma como chegaram à ilha, se foi espontânea ou através de outras Civilizações Mediterrâneas como os Romanos ou os Fenícios.
Os primeiros textos sobre a ilha de La Palma datam o período da Baixa Idade Média nos séculos XIV e XV. O vilarejo de Benahorita tinha uma historia ao redor de uns 2.000 anos, até que em, 1493, Alonso Fernández de Lugo desembarcou na ilha com a firme intenção de conquistá-la. La Palma foi a penúltima ilha das Canárias a ser conquistada. A conquista colocou fim as guerras entre os povos primitivos tanto da ilha de La Palma como da ilha vizinha de Tenerife.
O porto de La Palma foi muito importante para a rota entre Europa e as Colônias das Américas. O século XVI foi uma época de muito esplendor, La Palma se tornou o terceiro porto da Europa. A capital da ilha, Santa Cruz de La Palma viu passar muitas das riquezas que os espanhóis traziam de suas colônias na América. A cidade ainda conserva um amplo patrimônio arquitetônico, com casas estilo colonial e ruazinhas de paralelepípedos. Os olhos se perdem no centro histórico da capital, com diversos balcãozinhos floridos e casas coloridas.
A economia de La Palma ainda é basicamente rural, com exportações de produtos agrícolas e alguns poucos artesãos e artistas. A balança de importações e exportações pende bastante para o lado das importações. Os produtos exportados são bananas, laranjas, limões e produtos agropecuários. E as importações principais provem da península Espanhola, como o petróleo, produtos de consumo, produtos mecânico e elétrico.
Turismo na ilha
Em 1890 existiam mais hotéis em La Palma que atualmente. No final do século XIX e princípios do século XX muitos ingleses com problemas de saúde visitavam a ilha em busca de curas devido ao clima do local.
Uma década mais tarde começou o turismo moderno, tendo sua cota mais alta nos anos de 1960. Nas décadas de 70 e 80 o número de turistas foi bastante reduzido, afastando a ilha do turismo de massa. No final de 1980, houve uma ampliação do aeroporto e voos fretados começaram a proceder de várias regiões da Europa.
A maioria dos hotéis são pequenos e somam 7.500 leitos. Para atender aos 140.000 turistas todo ano, muitos alugam casas ou apartamentos. Os alemães representam 80% dos visitantes da ilha que também hospeda uma colônia importante deles que escolheram “La Isla Bonita” como sua residência permanente.
Outro tipo de turismo que vem sendo implantado nos últimos anos é o turismo rural, uma modalidade turística que consiste em remodelar as antigas casas e convertê-las em “Casa de Hóspedes” respeitando a arquitetura tanto interior como exterior. Esse tipo de turismo vem ajudando muito a preservar as construções e estilo de vida.
Compartilhando experiências…
Nessa passagem pela “Isla Bonita”, tive a oportunidade de conhecer Sr. Ramon, que elabora com muito cuidado e carinho as réplicas das cerâmicas dos povos primitivos “benahoaritas”, utilizando técnicas tradicionais que existem há mais de 5 séculos.
Um trabalho elaborado à mão, com muita paciência e sem o torno mantendo a forma e o desenho original de cada peça. A matéria prima utilizada para a reprodução provem de um barro bem escuro extraído do norte da ilha. O Sr. Ramon trabalha no atelier a mais de 40 anos e parte de sua vida sempre foi dedicada a arte e ao artesanato tentando através deles resgatar a tradição, a simplicidade e a beleza da criação daqueles povos primitivos.
O atelier do Sr. Ramon funciona dentro de um moinho do vento, do século XIX um dos mais conservados de La Palma antigamente os moinhos estavam relacionados ao cultivo de cereais: (trigo, cevada…) hoje em dia o moinho passou a ser reconhecido como Atelier de Cerâmica “El Molino” aberto para visitas e dentro se encontra uma mostra do patrimônio rural dos Palmeiros.