‘Tenho enfrentando de cabeça erguida, pois o câncer é só um propósito em minha vida’

A jovem cravinhense Fabiana Garcia Mazarini, 39 anos, teve o seu diagnóstico de câncer confirmado no dia 11 de junho de 2025, desde então tem realizado seu tratamento e contado com o apoio de muita gente.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2025, o Brasil deve registrar 73.610 novos casos de câncer de mama, o qual continua sendo a doença que mais mata mulheres no país. A prevenção, incluindo mudanças no estilo de vida, e o diagnóstico precoce (através da mamografia) são cruciais para combater a doença.

Em 2023, foram contabilizadas mais de 20 mil mortes pela doença no Brasil. Entretanto entre 2020 e 2023, houve redução da mortalidade entre mulheres na faixa entre 40 e 49 anos. 

O Outubro Rosa é marcado pela conscientização e combate ao câncer de mama, sendo que mulheres agora poderão realizar a mamografia a partir dos 40 anos, desde que haja interesse da paciente e indicação do profissional de saúde.

Em Cravinhos, a jovem Fabiana Garcia Mazarini, 39 anos, descobriu um caroço na mama no mês de janeiro deste ano, entretanto em um primeiro momento não se preocupou tanto, mas em abril de 2025, marcou ginecologista para fazer exames de rotina e saber o que poderia ser esse caroço.

“Não deixe a saúde em segundo plano, porque pode ser algo que não tem reversão”
Foto: Arquivo Pessoal

“Nesta consulta começou minha rotina de exames para analisar o caroço que já sentia que estava maior”, comenta Fabiana Mazarini.

Com o acompanhamento médico foi feito o exame de biopsia, e no dia 11 de junho, foi confirmado o câncer de mama, o que fez com que sua vida “virasse de ponta cabeça e ela perdesse o chão”.

Em sua família já tinham dois casos de Câncer de Mama, duas tias maternas, uma que se curou e a outra infelizmente faleceu.

“Desde o dia que recebi o diagnóstico tenho recebido um apoio que não tem explicação. Minha filha Maitê, é minha força maior. Meu companheiro e amigo Gustavo B. Furlani, tem sido essencial nesta jornada. Minha família e meus amigos tem sido Deus em minha vida”, ressalta Fabiana.

Desde que teve o seu diagnóstico de câncer confirmado, Fabiana já iniciou o tratamento de quimioterapia semanalmente. Tendo que realizar 12 sessões da quimioterapia branca (já se foram 11 seções) e na sequência serão 4 quimioterapia vermelha.

“Desde o dia que recebi o diagnóstico tenho recebido um apoio que não tem explicação. Minha filha Maitê, é minha força maior”
Foto: Arquivo Pessoal

“O momento mais difícil, foi pensar como seria a sequência do processo clínico com uma criança totalmente dependente de mim. Como que eu iria conseguir dar todo o suporte para ela, sendo que a rotina médica ia ser algo de prioridade na minha vida”, revela a jovem.

Com muita força de vontade e apoio de familiares e amigos, Fabiana Mazarini ainda teve que enfrentar mais uma jornada, que foi a queda dos seus cabelos.

“Nós mulheres, somos muito vaidosas. A temida queda do cabelo era um pesadelo pra mim. Foi uma etapa da doença que mexeu muito comigo. Sofri demais vendo meu cabelo indo embora, mas não é somente o cabelo, eu me vi perdida de mim”, diz Mazarini, que ainda complementa: “Minha vaidade, minha identidade, meu eu. Não é fácil, entretanto resolvi enfrentar de cabeça erguida. Sem temer os olhares e a falta de empatia de algumas pessoas, porque meu propósito é viver”.

Não só durante o Outubro Rosa, mas o ano inteiro é preciso que as mulheres se cuidem e façam seus exames de rotina, uma vez que quando o Câncer de Mama é identificado em estágio inicial, as chances de cura chegam a 95%.

“Enfrentar esse diagnóstico de câncer não é fácil. Ele muda a rota da sua vida e transforma todos ao seu lado”
Foto: Arquivo Pessoal

“Falo para as mulheres que façam o autoexame, façam exercícios físicos, cuidem da alimentação. Ao pequeno sinal em seu corpo procure um médico. Não deixe a saúde em segundo plano, porque pode ser algo que não tem reversão”, afirma Fabi.

A realização da mamografia é recomendada para o rastreamento da doença a cada dois anos em mulheres entre 50 e 74 anos. Para mulheres com histórico familiar de câncer de mama, a orientação é iniciar o exame a partir dos 35 anos.

“Enfrentar esse diagnóstico de câncer não é fácil. Ele muda a rota da sua vida e transforma todos ao seu lado. Tenho enfrentando de cabeça erguida, pois o câncer é só um propósito em minha vida. Queria através dessa matéria agradecer primeiramente a Deus, que com toda sua grandeza tem me sustentado no processo; à minha família, meus amores Maitê e Gustavo; à médica Dayse e a enfermeira Nádia Frazão que foram essenciais para o começo do meu tratamento. E claro, aos meus amigos de Fé, que estão em uma corrente de oração maravilhosa”, conclui Fabiana Mazarini.

Ainda segundo informações do INCA (Instituto Nacional do Câncer) a cobertura do rastreamento mamográfico pelo SUS (Sistema Único de Saúde) está abaixo de 30% da população alvo (mulheres entre 50 e 74 anos), percentual bem inferior ao recomendado internacionalmente. 

Kennedy Oliveira

É formado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pelas Faculdades COC (atualmente Estácio). É pós-graduado em Comunicação: linguagens midiáticas, pelo Centro Universitário Barão de Mauá.

Deixe uma resposta