Histórias contadas por pessoas comuns que causam reflexão e transformação

‘Gente inspirando gente. Histórias inspirando reflexões e transformações’.
Com esse lema a equipe do SobreGentes vem contando o Brasil.

Dan Maior, baiano, de Salvador, é idealizador e editor do projeto SobreGentes, que começou em janeiro de 2018, com a ideia de contar histórias curtas de pessoas comuns, desconhecidas, gente de verdade.

Em um sábado à tarde, colheu, a partir de um senhor que tomava sua cerveja na loja de conveniência de um posto de gasolina, a sua primeira história. Até então, o SobreGentes ainda não existia. Ao chegar em casa, criou um perfil no Instagram (@sobregentes) e começou a “contar” pessoas; histórias que ele mesmo escrevia. Aos poucos, isso foi contagiando outras pessoas e conectando-as.

Com relatos da vivência e realidades de tanta gente, já lançou 4 livros: Mulheres de Peito (2018), Felicidade (2019), Colo de Mãe (2020), Gentes (2020). Todos eles reunindo autores diversos, com histórias verdadeiras e inspiradoras.

Sobre os autores, Dan conta que eles chegam até o SobreGentes de diversas formas. “Os autores dessas histórias aleatórias, espontâneas, chegam até nós de diferentes formas. Hoje, via e-mail, mensagem de Instagram, indicações, mas também na rua. Quando a gente passa e vê alguém interessante ou ouve alguma coisa interessante, a gente vai lá, na cara de pau, e diz: oi, tudo bem? Aí se apresenta e pergunta se a pessoa topa participar do nosso projeto. Normalmente a resposta é positiva.”, descreve.

A coletânea “Gentes” foi recentemente lançada (13/10), em uma Live realizada via Instagram, e marcou também o lançamento da SobreGentes Editora. A chamada para a seleção dos textos foi feita pela própria rede social e contou com centenas de participações. Dentre elas, foram selecionadas 101 histórias, que compõem o resultado final deste livro, uma experiência muito gratificante para a equipe SobreGentes, pois a antologia reúne uma riqueza ímpar de experiências, aprendizados, inspirações e reflexões de pessoas diferentes, de 63 cidades das cinco regiões do país.

“São histórias muito especiais, cada uma a sua maneira. A gente precisa de um olhar de empatia, a gente precisa conseguir enxergar a vida também a partir do olhar do outro. O mundo precisa de mais tolerância, mais compreensão, e o nosso objetivo é justamente esse, é conectar pessoas através de histórias. Essas histórias reais, do dia a dia, nos fazem ver que não estamos sozinhos, que outras pessoas passam pelo que a gente passa também. Então, é a gente se inspirar, ganhar força, refletir e transformar o mundo ao nosso redor num lugar melhor”, reflete.

Dan Maior é o idealizador e editor do projeto SobreGentes
Foto: Arquivo Pessoal

Deste último livro, a professora cravinhense Lucimara Souza participa com o texto “Vida Simples”, uma experiência pessoal e real.

“Conheci o projeto fuçando no Instagram. Fiquei encantada! Li as regras e inscrevi-me em uma madrugada, no mês de julho. Dias depois, recebi uma mensagem no whatsApp, comunicando que meu texto havia sido selecionado. É uma grande alegria participar de um projeto assim, ainda mais representando nossa cidade. Histórias que falam de gente, de experiências pessoais e cenas cotidianas sempre me atraíram muito, e a proposta de ser ‘um movimento para conectar pessoas através de histórias’ só me fez ter a certeza de que eu não poderia ficar de fora desse livro, que ficou lindo, por sinal”, relata Lucimara.

Deste último livro, a professora cravinhense Lucimara Souza participa com o texto “Vida Simples”
Foto: Divulgação

O editor afirma que é emocionante receber os relatos dos tantos autores, homens, mulheres e até crianças, que têm seus textos selecionados, pois se sentem muito motivados a escrever e isso dá um ar especial ao projeto. E quando questionado sobre a influência da tecnologia no hábito da leitura e no número de leitores, ele é enfático em dizer que acredita, sim, que a tecnologia afeta o hábito de leitura e também o número de eleitores, mas não enxerga isso como um problema.

“Não vejo isso como algo negativo. Acho que existem públicos diferentes, novos públicos, novos meios. Tem gente que gosta de sentir o cheiro das páginas do livro. Isso é lindo! Mas tem gente que gosta de entrar no Instagram e ler o máximo de histórias curtinhas ou frases. Toda a leitura é válida se tivermos o bom senso e a clareza do objetivo da leitura, porque a leitura pode ser para provocar, pode ser para estimular a reflexão, pode ser para entreter. Há diversos tipos, para todos os gostos, e penso que não existe ou não deveria existir nenhum tipo de preconceito nesse sentido. O mercado editorial, ao longo dos últimos 15 anos, se transformou por completo e precisamos entender como é que isso está acontecendo. Entretanto, o que nunca vai mudar é o fato de que existem muitos leitores pelo Brasil, pelo mundo, e o que a gente precisa, como sociedade, é entender o formato de comunicação escrita que vem se transformando, afinal a sociedade se transforma. Acho que é uma questão de evolução”, conclui.

Foram selecionadas 101 histórias que compõem o resultado final do livro “SobreGentes”
Foto: Divulgação

Ainda para este ano, Dan assegura que há uma obra a ser lançada “Arte Gente”, que reúne 60 autores do país todo, dividindo um pouco sobre si e sobre sua obra. E, dentre outros projetos futuros, diz que vem muita surpresa boa por aí, sendo uma delas, um livro chamado “Como Somos”, cujo trabalho já está bem avançado e conta com a parceria da Associação Pais em Movimento, de Florianópolis, que trabalha com famílias de pessoas com Síndrome de Down. Será lançado em março, no dia mundial da Síndrome de Down.

Vale ressaltar que para cada livro, palestra ou projeto que o SobreGentes desenvolve, uma parte é destinada para uma causa ou instituição do país.

Kennedy Oliveira

É formado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pelas Faculdades COC (atualmente Estácio). É pós-graduado em Comunicação: linguagens midiáticas, pelo Centro Universitário Barão de Mauá.

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