Como é a cirurgia para tratar o câncer de mama?

A incidência de câncer de mama no Brasil caiu, mas a doença continua sendo um desafio. Isso acontece porque a doença atinge três a cada 100 mil brasileiras, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Infelizmente, a mortalidade ainda é significativa, já que 70% dos casos são diagnosticados na fase avançada da patologia. Nesse cenário desafiador, as mulheres mais pobres são as mais afetadas.

Mas, não para por aqui, porque a desigualdade também é regional. Mulheres das regiões Norte e Nordeste são as que menos conseguem realizar exames pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Vale acrescentar que a descoberta precoce do câncer de mama é fundamental, principalmente porque é possível realizar cirurgia para tratá-lo.

De forma geral, a intervenção cirúrgica é recomendada para retirar o máximo que pudermos do tumor. Dentro de uma margem de segurança, ela também é realizada para avaliar a disseminação da patologia, aliviar os sintomas do câncer avançado e reconstruir a mama. Ou seja, temos aí diferentes situações e motivos distintos para a realização do procedimento.

No que tange à operação, existem dois tipos de cirurgias principais: mastectomia e cirurgia conservadora da mama. No primeiro caso, o procedimento envolve a retirada de toda a mama (uma ou duas), além dos tecidos próximos, em alguns casos.

Foto: Divulgação

Já no segundo caso, temos a cirurgia conservadora da mama, que também é conhecida como quadrantectomia, mastectomia parcial, tumorectomia ou mastectomia segmentar.

Como o próprio termo sugere, o objetivo é preservar o máximo da mama, retirando apenas a parte afetada pelo tumor. Mas, é claro que a proporção de retirada está muito relacionada a outros fatores, além da localização do câncer na mama.

Na fase inicial, a mulher tem a possibilidade de escolher o tipo de cirurgia. Ou seja, a vantagem de optar pela cirurgia conservadora está no fato de ela poder manter o máximo possível da mama.

Por outro lado, ela precisará realizar radioterapia. Agora, caso opte pela mastectomia, terá a oportunidade de eliminar a radioterapia do tratamento.

Depois que a mastectomia é realizada, a depender do tamanho do tumor e do tecido mamário retirados, pode ser necessária uma intervenção de reconstrução da mama. O objetivo é possibilitar que o aspecto estético fique bem próximo da expectativa da paciente.

Gustavo Zucca

Mastologista, pós-doutorado pela Unesp, especialista em oncoplastia e cirurgia reconstrutora da mama pelo Instituto Europeu de Oncologia – Milão.

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