Oito em cada dez brasileiros estão endividados, aponta pesquisa; especialista oferece dicas de organização financeira para o início do ano
Segundo Raio-X dos Brasileiros em Situação de Inadimplência, o cartão de crédito é fonte de 60% dos débitos em aberto em 2023 e 43% da população busca negociar com bancos.
Período em que muitas pessoas buscam organização financeira, os primeiros meses são momentos de colocar tudo nos eixos para que os próximos meses possam fluir com mais clareza. Segundo o relatório Raio-X dos Brasileiros em Situação de Inadimplência, oito em cada dez famílias brasileiras encerraram o ano de 2023 endividadas, e um terço têm dívidas em atraso.
Para as contas ficarem em ordem em 2024, o professor Leandro Esquincalha, do curso de Gestão da Estácio, orienta como primeiro passo ter uma relação de todas as dívidas previstas para o período, seja no papel ou em uma planilha digital, antes de fazer novos débitos.
“A visualização das dívidas nos ajuda a ter clareza para onde nosso dinheiro está indo de fato, o que faz com que tomemos melhor consciência nas próximas compras e evitemos um possível comportamento repetitivo de gastos impulsivos”, aconselha.
Para o especialista, é essencial que a pessoa sempre confira seu extrato bancário, monitore, mais do que nunca, a fatura do cartão de crédito e controle as entradas e saídas da conta.

De acordo com a pesquisa, feita pelo Instituto Locomotiva e MFM Tecnologia, o cartão é a fonte de 60% dos débitos em aberto no ano passado, porcentagem que superou a de 2022, de 56%.
“Para quem tem contas atrasadas, a dica é tentar negociar buscando um desconto para pagar à vista ou tentar um parcelamento”, direciona Leandro.
Ainda segundo o levantamento, 43% da população lida com esse desafio atualmente, proporção que subiu em relação ao ano passado, quando era de 40%.
Para aqueles que estão com o financeiro saudável, o ideal para mantê-lo assim é estabelecer objetivos financeiros. Seja fazer uma viagem, comprar um novo celular ou guardar para a aposentadoria. Saber onde a pessoa deseja investir o dinheiro ajuda a tomar melhores decisões. O especialista lembra ainda que um bom planejamento pode levar à redução de gastos com supérfluos.

“É muito importante manter o hábito de saber exatamente quanto se ganha e qual o valor das despesas fixas, assim, fica mais clara a visualização sobre qual o valor disponível. Desta forma, é possível ter um controle maior e evitar gastar mais do que se ganha ao fazer compra de algo que não estava na sua relação de custos fixos ou que não seja essencial”, afirma o especialista.
Além desses passos para a organização, é aconselhado que uma porcentagem da renda seja guardada todo mês para compor uma reserva de emergência.
“Imprevistos acontecem e para não desequilibrar as finanças, ter um fundo de reserva é ideal para cobrir os gastos que podem vir sem avisar, como despesas de hospital, por exemplo. O equivalente a três meses de salário são um bom começo”, orienta.