Crescimento no número de fertilizações in vitro em 2019 não deverá se repetir em 2020

Ribeirão Preto, uma das cidades que mais realiza fertilizações in vitro no Estado, também deve sentir a queda; apesar disso, especialista alerta que casos emergenciais devem ser realizados mesmo durante a pandemia.

O número de fertilizações in vitro no Brasil (FIV) vem crescendo nos últimos anos. Dados divulgados essa semana no 13° Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), mostra que em 2019 foram realizados 43.956 ciclos de  FIV, o que representou um crescimento de mais de 800 ciclos em relação ao ano anterior. Porém, o surgimento da pandemia de coronavírus deve frear esse crescimento contínuo.

Para 2020, os especialistas já preveem que a quantidade de procedimentos de FIV caia para o mesmo patamar de 2015, quando foram realizados cerca de 35 mil ciclos. Essa queda deve ser registrada pela área de reprodução humana assistida em todo o Brasil, inclusive em Ribeirão Preto, a segunda cidade no estado de São Paulo que mais realiza fertilizações in vitro.

“É algo natural e esperado por todas as clínicas porque, com o surgimento do coronavírus, muitas mulheres optaram por postergar o tratamento”, explica o médico especialista em reprodução humana assistida do CEFERP – Centro de Fertilidade de Ribeirão Preto, Jorge Barreto.

Foto: Pedro Son

De acordo com o médico, apesar da decisão de algumas pacientes por adiar a FIV, é importante lembrar que os tratamentos não precisam ser necessariamente adiados por conta do coronavírus.

Mulheres com baixa reserva ovariana, por exemplo, é um dos vários casos garantidos pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), que em abril divulgou uma nota confirmando que os tratamentos poderiam ser realizados “sob juízo do profissional assistente, em decisão compartilhada com os usuários do serviço, de forma personalizada, fundamentados e bem documentados, com precaução e bom-senso, evitando-se transferências embrionárias neste momento.”

O médico do CEFERP ressalta que, além das mulheres com baixa reserva ovariana, pacientes com câncer e que desejam congelar os óvulos ou sêmen para preservar a fertilidade estão entre os principais grupos que podem iniciar ou dar continuidade aos tratamentos de reprodução assistida mesmo durante o período de pandemia.  As consultas podem ocorrer normalmente, assim como a solicitação e realização de exames, além da estimulação ovariana e a coleta de óvulos e/ou de sêmen.

Foto: Pedro Son

“É importante lembrar que essas mulheres enquadradas nestas situações específicas não podem esperar para realizar a FIV ou a preservação da fertilidade. São casos em que temos que correr contra o tempo e que não podem ser adiados”, comenta Barreto.

SisEmbrio

O SisEmbrio, que é produzido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), também mostra que o estado de São Paulo foi o que mais realizou ciclos de FIV em 2019, chegando a 21.162, o que representou 48% do total do país. O documento aponta também que, em 2019, foram congelados 99.112 embriões para uso em técnicas de reprodução humana assistida, 11,6% a mais do que em 2018 (88.776). O relatório completo está disponível no site da Anvisa.

Da Redação

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