O retorno às relações sexuais no pós-parto

Medos, dúvidas, inseguranças e alterações hormonais levam à falta de interesse por sexo nesse período.

Após o nascimento do bebê é comum que o desejo sexual da mulher fique praticamente inexistente. Muitos fatores estão associados a isso. O recém-nascido exige cuidados em tempo integral e, na maior parte do tempo, vindos da mãe. A maternidade é intransferível de várias maneiras, consequentemente, o cansaço vai além do físico… É mental.

Outro ponto importante é que o corpo da mulher está se adaptando sem o bebê dentro do útero, o organismo está buscando seu “novo normal” e tentando retornar às funções de antes da gestação. As mudanças hormonais que esse período carrega podem desequilibrar as mulheres em vários aspectos, dentre eles – a libido.

Em alguns casos, o medo inconsciente ou consciente de engravidar novamente pode levar a uma aversão ao sexo, cujo pensamento pode ser: “A única maneira de não engravidar, é não ter relações”.

Foto: Divulgação

Para as que estão amamentando, a influência hormonal é grande, visto que a prolactina – hormônio responsável pela produção do leite – inibe os hormônios ligados à sexualidade.

Além disso, a estética pode contar. O retorno do corpo é gradual e lento. As estrias, a “barriguinha” e os “quilinhos a mais” podem afetar drasticamente a autoestima de algumas mulheres.

Por essa razão, mesmo após o período de “resguardo” e o “ok” do(a) Obstetra para retornar às atividades sexuais, as mulheres podem não sentir-se seguras para tal.

Foto: Divulgação

A compreensão e o apoio da parceria são fundamentais para auxiliar a mulher neste período. Controlar o ambiente externo, evitar possíveis conflitos familiares (principalmente os vindos de opiniões não solicitadas), fazer parte dos cuidados com o recém-nascido e das tarefas domésticas, podem fazer com que a mulher se sinta menos sobrecarregada física e mentalmente. Grupos de apoio às mães no pós-parto podem ajudar muito no “reencontro” consigo mesma enquanto formam elos com outras mulheres. Consultas com profissionais de assistência ao pós-parto são fundamentais quando há percepção de que este período está prolongado.

Beatriz Delapieri

Fisio Pélvica, Doula, geminiana, faladeira e privilegiada por acompanhar mulheres se transformando diariamente. Fisioterapeuta Especializada em Saúde da Mulher com ênfase em Obstetrícia pela Federal de São Carlos há pouco mais de 3 anos. Vivendo o propósito de cuidar, desbravar e libertar a saúde pélvica de mulheres em todas as fases de suas vidas com muito amor e educação em saúde.

Deixe uma resposta