O controle das finanças não é igual para todos e deve ser analisado individualmente

Confira as principais dúvidas de grande parte da população endividada, além de possíveis soluções financeiras.

*Thiago Martello

A crise estabelecida pela pandemia abalou não só a economia, mas também o mercado de trabalho. Com o desemprego e informalidade crescentes, famílias passaram a conviver com uma renda mensal de até dois salários-mínimos, considerada baixa diante do cenário econômico atual, de inflação e juros altos. Isso faz com que muitas pessoas enfrentem um desafio diário: o controle das finanças.

Dados levantados pelo IBGE revelam que o Brasil, atualmente, possui mais de 30,2 milhões de trabalhadores remunerados com um salário-mínimo por mês. Este é o percentual mais alto já apurado desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), em 2012.

Mesmo que seja difícil não contrair dívidas nesse momento, é possível manter as finanças em dia a partir de uma boa administração dos recursos. Estabelecer percentuais para cada conta, como se fosse uma receita de bolo que serve para qualquer realidade, não é uma prática financeira saudável, principalmente porque não leva em conta a realidade da família, seus hábitos e motivadores. O resultado obtido com o dinheiro que você tem é uma consequência do seu próprio comportamento, portanto, o melhor caminho para começar esse processo é esquecer as planilhas e buscar conhecimento sobre si mesmo.

Thiago Martelo, é administrador de formação, pós-graduado pela FGV, especialista e agente autônomo de investimentos

Realidades diferentes pedem um planejamento financeiro personalizado. Um jovem solteiro que mora com os pais, não tem contas para pagar e recebe um salário de R$ 1.500,00, pode viver tranquilamente com uma divisão de 30% manutenção do custo de vida e contas do dia a dia, 40% para estudos, 20% para lazer e 10% para investimentos, por exemplo. No entanto, quando falamos da mesma quantia para um pai de família, que paga aluguel e tem outras prioridades, esse cenário muda radicalmente.

Ao identificar essas características, é possível criar um controle de finanças eficaz e que faça sentido para cada indivíduo. Não é adequado dizer para uma pessoa o quanto ela deve gastar com a moradia e alimentação de sua família. O que deve ser feito, de forma saudável, é entender o potencial de cada um, trazer consciência e autoconhecimento para que ele tenha um padrão de vida de acordo com a sua realidade e, assim, extrair o melhor resultado disso.

Dados revelam que 82% da população brasileira tem o hábito de fazer compras parceladas, com boa parte desse público acreditando que comprar parcelado ou à vista é a mesma coisa, tendo diferença apenas na data da fatura, o que não é verdade. Comprar e parcelar o pagamento é um passo para grandes problemas futuros, principalmente pela imprevisibilidade da vida.

Foto: Divulgação

Embora seja uma prática cada vez menos usada, pedir descontos na hora de realizar uma compra ou solicitar um serviço pode aliviar as contas no fim do mês. Dependendo da forma de pagamento, o desconto pode se tornar viável para ambas as partes. Quando o pagamento é à vista, seja em dinheiro ou via PIX, o poder de barganha nesse sentido aumenta. Também é válido pedir descontos nos serviços de uso recorrente, como telefone, internet, TV a cabo e até mesmo aluguel, pois na maioria dos casos o prestador de serviços quer continuar com um bom relacionamento.

*Fundador da Martello Educação Financeira. Administrador de formação, pós-graduado pela FGV, especialista e agente autônomo de investimentos, além de atuar como educador e planejador financeiro desde 2015.

Da Redação

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