Retorno presencial às aulas deve aliar comportamento e estrutura preventiva

Infectologista aponta que os riscos de contaminação e procedimentos de segurança em relação ao vírus da Covid-19 são muito semelhantes entre crianças e adultos.

O retorno presencial das aulas deve contar com ações que aliem o comportamento das pessoas e a adequação da estrutura física e organizacional das escolas. A observação é do médico infectologista e doutor em saúde pública Claudio Penido Campos Júnior, da Comissão de Controle de Infecção do Hospital São Francisco, que faz parte do Sistema Hapvida.

De acordo com o especialista, os riscos de contaminação e transmissão do vírus da Covid-19 são os mesmos entre crianças e adultos necessitando procedimentos de segurança e de prevenção.

“As crianças transmitem tão efetivamente quanto os adultos, mas quando infectadas tendem a apresentar quadros leves e até assintomáticos. A diferença é que a resposta inflamatória das crianças contra o vírus costuma ser mais equilibrada”, observa Campos Júnior.

Médico infectologista, Claudio Penido Campos Júnior
Foto: Divulgação

Para o infectologista, os cuidados em relação à retomada das aulas presenciais devem considerar a orientação adequada para os alunos e a adaptação dos espaços e dos processos de monitoramento e atendimento nos ambientes das escolas.

“As crianças devem usar máscaras; devem ser orientadas, fiscalizadas e conduzidas para lavar as mãos; de alguma forma é importante haver o controle das aglomerações e mantê-las distantes, o que não será fácil, mas é preciso de no mínimo um metro e meio”, afirma o médico, que ainda complementa: “as outras medidas são estruturais, físicas e organizacionais, como a adequação dos locais em relação à ventilação, a demarcação de espaços no chão, colocação de dispenser de álcool gel e ter mais pessoas na equipe para fiscalizarem essas crianças, organizando o posicionamento nos espaços”.

Outro alerta que o infectologista faz para evitar situações de risco é a necessidade de um controle em relação aos casos sintomáticos, que também são comuns nas crianças.

Foto: Divulgação

“Terá que ser criada uma maneira de identificar as crianças sintomáticas por meio de uma rotina de conversa sobre o nariz que está escorrendo, se ela está sentindo coceira, se está espirrando, se tem tosse, se tem dor de cabeça. É necessária uma forma de rastreio de um quadro entre crianças com sintomas leves. Além disso, é importante que os pais façam esse acompanhamento em casa e um gestor na escola”, diz.

Hora do lanche

Em relação ao risco de transmissão no compartilhamento de lanches e comidas, o médico aponta que ele existe, mas que é menor do que em situações de proximidade física ou de toque em superfícies.

“A mordidinha no lanche em si não é a forma mais importante de transmissão. O problema é que a mordidinha traz a proximidade, existe a possibilidade de um toque, de um abraço e isso favorece a transmissão”, conclui Campos Júnior.

Da Redação

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