Fé não tem idade
E hoje temos a vigésima oitava história da Coluna “Preces de Esperança”. Vale a pena conferir!
E tantas vezes já ouvimos falar que hospital não é ambiente para crianças…
É natural que o adulto queira sempre proteger os pequenos evitando sofrimento ou impedindo qualquer risco de contaminação.
Mas… E quando a criança é o paciente?
Ela está preparada para isso?
Quando hospitalizado, o adulto, em sua maturidade e sua fé, pede a Deus pela cura, tem pelos Santos a devoção capaz de acalmar seu coração; eles clamam intercessão.
Já a criança crê no Papai do Céu e também quer a cura, mas, em sua inocência, às vezes manifesta sua fé de um jeito muito peculiar.
Padre Josirlei conheceu Matheus, lá no Hospital Ribeirânia. Ele tem aparentes 6 anos, é um menino simpático e apresentou ao Capelão o amigo chamado Júpiter.
Ele é, para Matheus, um herói que fica ao seu lado encorajando-o a não sentir medo, a não se sentir inseguro durante o período de internação.
No mundo do “faz de conta”, Júpiter é o irmão mais novo de uma personagem chamada Luna, uma menina inteligente e esperta, de 6 anos, que ama a ciência. Ele só tem 4 anos e tem sempre na ponta da língua uma resposta ou uma explicação mágica para determinado assunto. É um garotinho muito feliz que inspira Matheus.
A singeleza da relação entre Matheus e Júpiter mostra quão leve é a forma como a criança olha para o mundo.
Em meio às dificuldades e preocupações, a criança traz a delicadeza e a pureza de um olhar que se encanta com detalhes muitas vezes não percebidos pelo universo adulto.
Matheus é um grande exemplo. Diante de seu desafio: os dias internados, a rotina de exames, ele vê em Júpiter um apoio, um companheiro que o encoraja, que o mantém firme pra aguentar os dias no hospital.
Para o adulto, talvez seja apenas um brinquedo bonito e engraçadinho, sem importância.
Quando refletimos sobre a fé, precisamos entendê-la de forma mais ampla e concreta, relacionando-a a nossa vida cotidiana. Fé compreende uma atitude intimamente ligada à confiança.
Na simplicidade de seu gesto, Matheus também ensina sobre fé. Deposita em Júpiter, seu boneco, sua confiança, que o faz ter esperança. É o agir de Deus, que, como bem coloca o saudoso Papa Emérito Bento XVI, “não se limita às palavras, mas insere-se na nossa história e assume sobre si a dificuldade e o peso da vida humana”.
A vida e o tempo passam de forma muito diferente para as crianças… Certamente porque elas os sentem e vivem também de forma diferente, mais intensa e significativamente, apreciando cada instante, mantendo um equilíbrio entre descobertas, curiosidades e medo.
Que, assim como Matheus, encontremos um ponto de equilíbrio, que nos satisfaça, nos motive, nos inspire e nos encoraje a passar, confiantes, pelas adversidades da vida.