O câncer de mama em tempo de COVID-19
A pandemia tem afastado pacientes de consultórios médicos e de exames de rotina importantes para detectar doenças precocemente como é o caso do câncer de mama.
Segundo dados da Academia Nacional de Medicina, houve queda de 60% em cirurgias gerais de urgência de fevereiro a maio deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Além da sobrecarga de hospitais com pacientes infectados pelo novo coronavírus, outra causa provável desta redução é o medo de alguns doentes de procurarem estes ambientes e se contaminarem.
A pandemia também tem afastado pacientes de consultórios médicos e de exames de rotina importantes para detectar doenças precocemente como é o caso do câncer de mama. Levantamento em 25 cidades do Brasil, feito pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, mostra queda de 32,3% de consultas e 22% de cirurgias do câncer de mama.
Ribeirão Preto acompanha esta tendência. “Nota-se uma diminuição expressiva de pacientes e consequente redução de tratamento em Ribeirão Preto. Isso é preocupante. Há situações que pedem urgência na retirada do tumor”, afirma o mastologista Gustavo Zucca.
A estimativa do INCA, Instituto Nacional de Câncer, é de cerca de 67 mil casos novos de câncer de mama para este ano. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, menos agressivo é o tratamento.
“A mamografia é o principal exame para rastrear e tentar localizar precocemente o câncer de mama. Por isso, a importância das mulheres, apesar da pandemia, fazerem o acompanhamento com o seu médico”, finaliza Dr. Zucca.
Cerca de 50 a 90 mil pessoas deixaram de receber confirmação de algum tipo de câncer de março a maio, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e a Sociedade Brasileira de Patologia. No Estado de São Paulo, dados mostram a redução de biópsias de 22.680 para 5.940 na rede pública de saúde, em comparação a estes meses em 2019.