Não levamos a Copa do Mundo, mas entramos no BJCP

Depois da amarga derrota da nossa seleção brasileira para os belgas, que já têm as melhores cervejas do mundo e agora quiseram também o nosso futebol, merecemos falar sobre uma conquista super importante para o Brasil: o reconhecimento do primeiro estilo brasileiro de cerveja pelo BJCP (Beer Judge Certification Program), a Catharina Sour. Nascida e muito bem criada no estado de Santa Catarina (mesmo que os gaúchos não se conformem com isso).

Ácida e azeda, a Catharina Sour é uma cerveja com base de trigo, de alta fermentação, teor alcóolico médio e amargor imperceptível. Acidez bastante presente, aromas que remetem a frutas ou especiarias. A coloração varia muito em função da fruta utilizada e geralmente é bastante turva. Carbonatação média-alta. Álcool não deve ser perceptível.

Esse estilo é uma inspiração ou transmutação do estilo alemão Berliner Weiss, porém com adição de frutas. Começou a se popularizar em 2016 e segue alta tendência de mercado e novo hábito de consumo. Passar do nível de aceitação do alto amargor das IPAs para os azedos e ácidos tem crescido bastante entre os amantes de cerveja. Confesso que não cheguei nesse nível, o azedo e acidez me incomodam de verdade.

Seria esse o início da tão sonhada Escola Brasileira?

Não sabemos, mas devemos respeitar que o mercado brasileiro está evoluindo para hábitos de consumo do beba menos, beba melhor. A procura por cervejas especiais cresce em relação à procura por cervejas de produção de larga escala.

Lúpulos brasileiros já passam a crescer e se desenvolver bem em nossas terras e estão cada vez mais presentes nas microcervejarias, assim como os maltes brasileiros.  Particularmente acredito que estamos dando um primeiro grande passo ao reconhecimento Brasileiro de Cervejas.

Prove as Sours das cervejarias Lohn Bier, eles possuem variedade e qualidade nesse estilo. As dicas de harmonizações são: cream cheese com calda de frutas vermelhas (cítrico e levemente doce), ceviche de peixe branco ou banana da terra com cebola roxa e pimenta dedo de moça (ácido e salgado), e o que mais seu paladar for feliz em harmonizar por similaridade ou corte dessas cervejas ácidas e azedas.

A polêmica em volta de esse estilo merecer ou não o reconhecimento divide o país tanto quanto campeonatos de futebol, mas pra quem é contra essa conquista de espaço, minha dica é: aceita que dói menos. Agora é válido e registrado. A Catharina Sour éeeeee do Braaaaasiiiiil!

Karina Hauch

Publicitária e beer sommelière. Apaixonada por cerveja, fábricas e mundo cervejeiro. Adora conhecer novos rótulos e experiências gastronômicas. Sonha viajar o mundo em busca de cervejarias e acumular experiências em horas-copo.

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