Bem-vindos ao universo cervejeiro sem glamour!

Beber cerveja, falar, conversar e produzir cerveja. Uma paixão que vem crescendo cada vez mais. Coisa linda a cultura cervejeira do Beba Menos Beba Melhor disseminando e atingindo novos públicos. Mas e a parte do respeito, como fica?

A primeira lição que tive no curso de beer sommelier não foi nada relacionada a nenhuma escola cervejeira, harmonização, produção ou análise sensorial. Nada disso. A primeira lição, a qual foi repetida durante todas as aulas do curso, foi a seguinte: o respeito pelo produto e fabricante.

Não precisa trabalhar atrás de um balcão pra escutar certas pérolas de críticas dos beer chatos (e tá cheio disso por aí), de pessoas que ao invés de sentar no bar e apreciar o copo, a cia, o bate papo, e principalmente a comida e a bebida, julgam-se juízes BJCP e metem pau na cerveja do amiguinho ou daquela marca TOP que foi vendida pra grande empresa. Colocam culpa até no coitado do milho com a história de que “cerveja boa é puro malte”.

Quando tive a honra de ser convidada para essa coluna, pensei muito bem sobre quais os temas falar. Afinal, eita assunto bom de conversar e beber. Principalmente quando envolve comidas e dicas de harmonização. E vamos ter várias por aqui. Mas antes de iniciar esse universo, é muito importante ressaltar a questão de que o mundo já está cheio de beerchatos topzera e de que não precisamos ser mais um no meio da multidão. Vamos desmitificar algumas coisas, como as cervejas de produção de larga escala, vamos falar de adjuntos como milho (entre outros) que enriquecem sim seu copo. Vamos falar do quanto algumas cervejas frescas não pasteurizadas sofrem com as viagens e burocracias do país até chegar na sua cidade e no seu copo, e aí no primeiro gole, o beer chato identifica um defeitinho que é comum ter e já posta textão nas redes sociais criticando a marca e o cervejeiro “vendido”. Gente, good vibe a todos, não é assim que a coisa funciona. A gente vai bater um papo bem agradável sobre os estilos, eventos, concursos, comida e bebida, história entre tantas coisas boas.

Toda garrafa que você não tenha gostado, ou na qual tenha identificado um problema, merece uma segunda, terceira, quarta chance de degustação. Já teve a oportunidade de beber um mesmo rótulo direto da fonte do fermentador da fábrica e depois de uma garrafa que viajou mais do que Pedro Alvares Cabral para descobrir nossas terras? Perceptível a diferença – e compreensível também.

Nosso papo aqui vai ser leve, cultural e bem de boas. Como uma boa confraria deve ser.

Saúde de copo cheio!

Karina Hauch

Publicitária e beer sommelière. Apaixonada por cerveja, fábricas e mundo cervejeiro. Adora conhecer novos rótulos e experiências gastronômicas. Sonha viajar o mundo em busca de cervejarias e acumular experiências em horas-copo.

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