Mendoza: Carmelo Patti
Foram dias incríveis visitando a região vinícola de Mendoza
Para fechar com chave de ouro, fomos até a vinícola de Carmelo Patti. É muito charmoso e artesanal. Praticamente todo o processo é feito manualmente, inclusive as etiquetas escritas à mão para identificar a safra e quantidade nas garrafas estocadas. Os rótulos são colados um a um, por funcionários muito dedicados.
A vinícola só é encontrada pro quem já conhece ou coloca no GPS, pois não há qualquer indicação externa de que ali é o lugar. É um galpão comum, sem as frescuras e lojinhas que se encontram em outros locais. É praticamente como se ele estivesse abrindo a sala de estar da casa dele para os visitantes.
Carmelo Patti por si só é uma figura. Um contador de histórias, adora falar. Tanto é que fazer a visita lá foge totalmente dos padrões de qualquer outra da região. Dominio Del Plata, Chandon e El Enemigo tem uma outra proposta e requinte para encantar os visitantes. Mesmo a vinícola Carinae, menor e com uma proposta mais artesanal, está longe de ser a mesma experiência. Carmelo apenas faz vinhos. E vinhos excelentes.
Normalmente seus vinhos recebem prêmios ao redor do mundo, mas como a quantidade produzida é pequena, fica difícil encontrar. Sem contar que, como ele disse, o vinho premiado não será o mesmo vinho que será provado um tempo depois, já que o vinho sempre continua evoluindo, mesmo na garrafa. Uma dica para armazenar o vinho é remover a cápsula da rolha, para que dessa forma seja possível visualizar o estado em que ela se encontra. Com a garrafa guardada sempre deitada, verificar a rolha de tempos em tempos e, se perceber que está com algum problema, abrir e beber.
A degustação é repleta de causos, histórias da vida dele e, claro, do vinho. Como o vinho foi produzido, a escolha da uva, como foi a safra, o clima etc. Degustamos quatro vinhos: Carmelo Patti Malbec, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e um Gran Assemblage, escolhido a dedo por ele com as uvas 47% Cabernet Sauvignon, 25% Malbec, 18% Merlot e 9% Cabernet Franc.
Todos muito bons, equilibrados, com taninos perfeitos e retrogosto persistente. A evolução de um para outro é perceptível, ficando cada mais complexo e com aromas incríveis.
Não é necessário agendar horário, mas talvez tenha que aguardar um pouco e a visita é grátis. É um lugar que vale a pena ir.